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  • Foto do escritorMarco Diehl

Via seca e via úmida

Atualizado: 9 de mai. de 2023

Cortei duas amostras de formatos parecidos: Incefra e da Eliane.

Vejam a diferença de espessura. Zoom para evidenciar também a maior camada de esmaltes da Incefra Linha Técnica (cerâmica de massa mais avermelhada).

Incefra absorção BIIb (menor que 10%).

Eliane Absorção BIII (maior que 10%).

A absorção indica a porosidade que está diretamente relacionada com a resistência.

Vejam a diferença de tamanho de um produto Linha Técnica antes de queimar (esquerda) e depois da queima (direita).

Vejam que depois da super queima a placa "encolhe" porque diminui a porosidade. Assim, a absorção é menor. E muda de cor: cinza claro fica vermelha por culpa corante óxido de ferro.

A superfície esmaltada também muda - abaixo placa crua seguida pela mesma placa queimada.

As nossas rochas já vêm misturadas: branca, amarelada, avermelhada. Tem até óxido de ferro que aumenta a resistência, mas colore a massa (como se fosse uma ferrugem).

A grande diferença entre via seca e via úmida é a forma de moer (desmanchar) as matérias primas.

Via úmida mói com muita água e depois precisa gastar gás natural para retirar a água e deixar a massa com 10% de umidade para poder dar formato na prensa.

Via seca mói sem água e acrescenta água para deixar a massa com 10% de umidade também.


Por isso o custo de fabricação da via seca é menor, porque usa 60% menos gás natural (não precisa secar a massa). As diferenças acabam por aí.


👉 Mesmos equipamentos

👉 Mesmos esmaltes

👉 Mesma queima


Além disso, seguem as mesmas Normas, os laudos são feitos da mesma forma e as certificações PSQ/PBQP também são iguais.


Daí falam "que ocorre mais descolamento com via seca"... Claro!


Quase 80% de tudo que é fabricado no Brasil é pelo sistema via seca. E mais de 90% das grandes obras utilizam via seca. Então, ocorre mais casos de descolamento porque produz muito mais. Simples assim!

E me perguntam sobre a tal EPU - Expansão por Umidade: “A EPU provoca aumento da cerâmica a ponto de ela descolar, bla, bla, bla...”. E tem gente que acredita. Eu explico.


A avaliação da EPU passou a ser uma exigência para fornecer cerâmica para exportar para países que nevam. Também para uso em fachadas próximas ao mar. Por isso, limitaram a EPU em 0.6mm/m para evitar a gretagem, que são micro rachaduras em formato de teias de aranha.

Se neva, a água congela nos poros e o esmalte pode "rachar". Na beira-mar entra umidade pela junta + sol da tarde e pode gretar.


Ou seja, o teste de EPU foi feito para evitar gretagem. Não tem nenhuma relação com descolamento.


Submetem para testes amostras cortadas em pedaços e a condições que só teremos no Apocalipse: umidade a alta pressão e temperatura. Eles medem as amostras antes e depois das condições do fim do mundo.


Então "tentam medir" para verificar se o aumento de tamanho foi menor que 6 décimos em 1 metro da parede ou piso revestido.


Na Incefra e Ceral a EPU normalmente é menor que 0.3 mm em 1 metro. Se for maior eles (os "peritos") dizem que "pode provocar estufamento".

Basta pensar no que são 3 décimos de milímetro em condições que nunca ocorrerão em obras. Confesso que os tais "peritos" são bons de conversa e provocam um apagão de bom senso e a construtora continua errando simplesmente porque o problema não é a tecnologia da cerâmica, seja ela qual for.



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